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Eisejuaz

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Sinopse

Eisejuaz, da escritora argentina Sara Gallardo, é um caso raro na literatura hispano-americana. Publicado em 1971, permaneceu à margem do chamado “boom”, seja pelo espaço limitado que uma escritora tinha então, seja por sua linguagem enigmática e heterodoxa, talvez incompreendida na época. Nos anos 2000, a obra é recuperada por Ricardo Piglia, que a inclui entre os 24 títulos de sua biblioteca essencial de clássicos da Literatura Argentina e, a partir de então, se torna cultuada como uma peça experimental de vanguarda. Por seu trabalho inventivo, de levar ao limite as possibilidades da linguagem, Eisejuaz é frequentemente comparado a obras como Pedro Páramo, do mexicano Juan Rulfo, e Zama, do argentino Antonio Di Benedetto. Esta edição comemorativa de seus 50 anos traz prefácio de Martín Kohan, nota da tradutora Mariana Sanchez, estudo de Alexandre Nodari e perfil biográfico da autora feito por Lucía de Leone. Eisejuaz é um romance que nasce do encontro entre a escritora Sara Gallardo e um personagem real, um nativo wichí a quem ela entrevista em 1968 para sua coluna na revista Confirmado. Após entrevistá-lo, Sara Gallardo se inspirou em sua fala lacônica, estranhamente poética e gramaticalmente alterada para escrever o monólogo de um índio entre dois mundos: a cultura wichí, na qual nasceu Eisejuaz, e a dos brancos cristãos, onde foi batizado de Lisandro Vega. Dividida em nove capítulos, a narrativa está centrada nas experiências místicas deste homem que, ao sentir um estranho chamado divino, rompe com os ensinamentos da missão protestante que o evangelizou para seguir um caminho errático e solitário em busca de sua própria santidade. Crê que “o Senhor” lhe enviou Paqui, um homem branco degenerado, e dedica o resto de seus dias a cuidá-lo. Agora, abandonado por seu povo, pelo missionário e mesmo pelo Senhor, que não responde a seus apelos e o condena a um silêncio atroz, Eisejuaz é relegado à mais absoluta marginalidade, tornando-se, afinal, um estrangeiro em sua própria terra. “Um animal demasiado solitário devora a si mesmo”, diz uma das frases centrais do livro. Espécie de hagiografia narrada ora em primeira, ora em terceira pessoa, esta é a história de um homem com muitas identidades – “Lisandro Vega”, “Eisejuaz”, “Este Também”, “Água Que Corre” – e muitos interlocutores, que incluem árvores, lagartixas, pássaros e outros seres da mata. Uma história de iniciação e sacrifício atravessada por dilemas individuais, questões sociais e destinos inexoráveis, protagonizada por mensageiros xamânicos, pastores noruegueses, evangelistas indígenas, frades franciscanos, patrões e mulheres prostituídas e escravizadas. Sara Gallardo nasceu em 1931 em uma família argentina ilustre que incluía o cientista Angel Gallardo, o escritor Miguel Cané e o presidente Barlomé Mitre, mas sempre se interessou por temas do homem simples, do campo ou à margem da sociedade. Em apenas 57 anos de vida, foi uma prolífica jornalista, cronista e escritora. Além de Eisejuaz, publicou os romances Enero (1958), Pantalones azules (1963), Los galgos, los galgos (1968) e La rosa en el viento (1979), o livro de contos El país del humo (1977) e obras infantis como Los dos amigos e Teo y la TV (ambas de 1974), Las siete puertas (1975) e Adelante, la isla (1982). Sua vasta obra jornalística foi publicada em revistas como Confirmado e Primera Plana durante os anos 60 e 70, além do jornal La Nación, do qual foi correspondente na Europa. Como muitas autoras da época, foi excluída do chamado boom latino-americano, embora hoje sua obra seja reivindicada como uma das mais importantes da literatura argentina.