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A Igreja e as Pessoas LGBTQIAPN+

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Sinopse

De acordo com o teólogo espanhol José Antonio Pagola, no livro “O caminho aberto por Jesus”, Lucas apresenta, nesta passagem bíblica, o programa de Jesus. Ela está no início do Evangelho, para que os seguidores de Jesus possam conhecer as preocupações que ele trazia em seu coração e, baseado nelas, traçou o seu programa de ação. Segundo Pagola, a grande missão de Jesus era trazer a “esperança” a todas as pessoas que sofrem. Ele nos mostra que Jesus se sente ungido pelo Espírito do Deus que se preocupa com o sofrimento alheio. O Espírito o impele a dedicar sua vida para libertar, aliviar, curar, perdoar. Os destinatários principais são os pobres, os marginalizados pela sociedade, os sem voz, todas as pessoas que não encontram lugar na sociedade, que são humilhadas. Embora, na história da Igreja, esta missão parece ter sido ofuscada pela grandeza e ordem, o Concílio Vaticano II (1962-1965) trouxe a redescoberta da espiritualidade do encontro de Jesus com o Pai, libertador do povo, da pessoa humana e de toda a criação. Após o Concílio, na exortação apostólica Evangelli Nuntiandi n. 30, o Papa Paulo VI reforçou a importância de a Igreja estar junto com os que precisam, e, como “dever da igreja, ajudar para que nasça a libertação […] e fazer com que a libertação seja total”. Depois, a opção dos bispos latino-americanos pelos pobres mostrou a Igreja seguindo o caminho escolhido por Jesus, “anunciar a boa-nova, estar ao lado dos que mais necessitam, os pobres”. Hoje, o Papa Francisco reforça essa linha de conduta, ao dizer, em diferentes ocasiões: “se você é cristão, se você é Igreja, a Igreja é uma saída, não para dentro, e você deve alcançar as periferias existenciais com coragem e criatividade!” (Collet, 2022) Segundo Camila Betoni, mestra em Sociologia Política, os pobres, ou como diz o papa, as periferias existenciais são as chamadas “minorias sociais”. São todas as pessoas que não têm representatividade, independentemente de serem maioria numérica ou não (Betoni, [s. d.]). As mulheres, por exemplo, são a maioria da população brasileira, mas são minoria nos poderes decisórios, estando em desvantagem social e econômica, sofrendo forte violência verbal, simbólica, patrimonial, física, e só em 2022 foram vítimas de feminicídio 1,4 mil mulheres, uma média de uma mulher a cada seis horas (Velasco et al., 2023). As pessoas pardas e negras também são a maioria da população, cerca de 54,4% da população nacional, mas continuam com pouquíssima representatividade e a cor negra tem sido a preferência das “balas mortais” pela polícia (A cor da violência, 2020). E, assim, chegamos aos outros grupos de minorias numéricas, como os indígenas, os moradores de rua, as pessoas com deficiência, os refugiados, e as pessoas LGBTQIAPN+. Podem ser minorias, mas são grupos de pessoas humanas que vivem, sorriem, choram, amam, sonham, desejam e merecem viver dignamente, e nós, enquanto igreja, precisamos olhar com carinho, respeitá-los, acolher, cuidar, e integrá-los, à Igreja, e à sociedade. Para o Papa Francisco, “[…] os valores da vida autêntica se encontram em acolher as diferenças, respeitar a dignidade humana, escutar, cuidar e servir aos mais humildes” (Da Silva, 2023). Como cristãos católicos, as minorias precisam estar em nossas preocupações e ações. Em 1Jo 4,20 diz-se: “se alguém afirma: ‘Amo a Deus’, mas odeia seu irmão, é mentiroso, pois se não amamos nosso irmão, a quem vemos, como amaremos a Deus, a quem não vemos?” Cada irmão precisa estar em nossas preocupações e ações. As minorias sociais estão nos trabalhos e pesquisas que desenvolvo por meio das teologias plurais ou teologias libertadoras inclusivas. Como professora de Teologia Pastoral na pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica (PUC), em Minas Gerais, reflito com os meus alunos sobre as diferentes minorias, pensando como, pastoralmente, enquanto igreja, podemos acolher, cuidar e integrar, sem deixar ninguém de fora, como recomenda o papa. É importante lembrar que cada grupo possui características e necessidades diferentes, por este motivo, preparei os cursos de extensão: “Igreja e pessoas LGBTQIAPN+” e “Igreja e o atendimento pastoral às pessoas LGBTQIAPN+”, que vêm sendo conduzidos no Instituto São Paulo de Estudos Superiores (Itesp) e são dirigidos às pessoas LGBTQIAPN+, mães, pais, agentes pastorais, pessoas do clero, teólogos/as, psicólogos/as, médicos/as, que desejam conhecer melhor este tema, e refletir sobre como acolher, respeitar, incluir, cuidar, e integrar, na Igreja, as pessoas LGBTQIAPN+. Devido ao interesse que o meu primeiro livro, “A inclusão de todas/os/es”, e os cursos