
Sociedade Secreta do Sexo
- Marcos Nogueira
- 2 Páginas
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Sinopse
Preto e branco. P&B ou, na linguagem oral, pebê. Assim são chamadas, por quem acha que um casal é pouco quando se trata de sexo, as pessoas adeptas da monogamia convencional. Apenas os swingers e libertinos são coloridos. O resto da população reside numa zona repleta de tons de cinza, mas sem nenhum amarelo, azul ou vermelho. Os coloridos têm lá seu método para reconhecer os semelhantes. É como se, ao se iniciar no sexo liberal, o sujeito recebesse uma lente que o permitisse distinguir seus pares coloridos do resto do mundo – repentinamente esmaecido até ficar P&B.
Os P&Bs não têm nenhuma lente semelhante para detectar os jogadores do outro time. Os swingers não ostentam um estilo de se vestir que os identifique como uma tribo urbana, como os skatistas ou os hipsters. Os frequentadores de orgias não desenvolveram uma gíria própria como a dos surfistas – há alguns termos específicos, a exemplo dessa coisa de colorido e P&B, mas nada que seja vocalizado fora dos ambientes frequentados exclusivamente por eles. Não adotam como código nenhum corte de cabelo ou adereço corporal particular (pelo menos nada que possa ser observado em um sujeito vestido adequadamente para qualquer ocasião social). Essas pessoas não são necessariamente jovens, velhas, ricas, pobres, gordas, magras nem tatuadas.
A gente de que eu trato em A Sociedade Secreta do Sexo pode ser aquela quarentona enxuta, com roupa de ginástica, que está à sua frente na fila do supermercado com dois filhos pré-adolescentes. Pode ser o gerente da sua conta bancária. Pode ser a linda morena de 25 anos que começou anteontem no departamento de marketing da sua empresa. Pode ser o chef de cozinha que já virou celebridade. Podem ser os seus sogros. Ou os seus pais. Pode ser qualquer um.
Swingers, libertinos, orgiastas e afins constituem uma camada invisível da sociedade. O que eles não desejam é que amigos, família e colegas de trabalho saibam de suas travessuras sexuais. Temem o preconceito dos outros e têm razão em pensar assim. Não é preciso mais que uma fração de segundo para que a mente de um cidadão mediano rotule de “corno” um homem que sente prazer em ver sua esposa transar com outro homem e de “vagabunda” a mulher que se entrega para vários indivíduos de ambos os sexos numa mesma noite.




