Tempo de Aprender, Tempo de Perdoar

Luzes e rostos flutuavam sobre minha cabeça. O torpor causado pelos medicamentos me impedia de ter a lucidez necessária para identificar de onde vinham as vozes, mas eu sabia que aquilo não significava algo bom. Tudo transcorrera tão rápido que ainda parecia um sonho. Um sonho ruim. — Sr. Rodrigo? — perguntou-me a voz. Eu escutava, mas não conseguia responder. — A saturação ainda está baixa. E caindo — outra voz ecoou. Esforcei-me para não perder contato com a realidade, mas era inútil. As luzes sobre minha cabeça começavam a desaparecer e, meu corpo, a mergulhar numa necessidade incontrolável de descansar. — Sr. Rodrigo, precisaremos entubar o senhor. Consegue me entender? A voz persistente confirmava meu maior temor. Ainda assim, me era impossível reagir. Então, tudo ficou escuro. Eu havia mergulhado em sono profundo.